E assim possamos viver a Paixão de Cristo.
A liturgia das palmas nos convida a entrar conscientemente na Semana Santa da Paixão gloriosa e amorosa de Cristo o Senhor.
Os ramos que os fiéis levam consigo são abençoados pelo sacerdote. Então, este proclama o Evangelho da entrada de Jesus em Jerusalém, e inicia-se a procissão com algumas orações próprias da festa. D rante a procissão, os fiéis entoam a antífona:
"Hosana ao Filho de Davi!
Hosana ao Filho de Davi!
Bendito o que vem em nome do Senhor!
Rei de Israel, Hosana nas alturas!"
Ao chegar onde será celebrada a missa solene, a festa muda de caráter, passando a celebrar a Paixão de Cristo. É narrado o Evangelho da Paixão, e segue a Liturgia Eucarística como de costume.
O sentido da festa do Domingo de Ramos tratar tanto da entrada triunfal de Cristo em Jerusalém, e depois recordar sua Paixão, é que essas duas datas estão intrinsecamente unidas. A Igreja recorda que o mesmo Cristo que foi aclamado como Rei pela multidão no Domingo, é crucificado sob o pedido da mesma multidão na Sexta. Assim, o Domingo de Ramos é um resumo dos acontecimentos da Semana Santa, e também sua solene abertura.
É um convite a aprofundar concretamente no mistério da Paixão de Cristo, já que quem deseja segui-lo deve sentar-se à sua mesa e, com o máximo recolhimento, ser espectador de tudo o que aconteceu na noite em que iam entregá-lo.
Senhor Jesus nos dá um testemunho idôneo da vocação ao serviço do mundo e da Igreja que temos todos os fiéis quando decide lavar os pés dos seus discípulos.
Neste sentido, o Evangelho de São João apresenta a Jesus 'sabendo que o Pai pôs tudo em suas mãos, que vinha de Deus e a Deus retornava', mas que, ante cada homem, sente tal amor que, igual como fez com os discípulos, se ajoelha e lava os seus pés, como gesto inquietante de uma acolhida inalcansável.
Antes de ser entregue, Cristo se entrega como alimento. Entretanto, nesta Ceia, o Senhor Jesus celebra sua morte: o que fez, o fez como anúncio profético e oferecimento antecipado e real da sua morte antes da sua Paixão. Por isso "quando comemos deste pão y bebemos deste cálice, proclamamos a morte do Senhor até que ele volte" (1Cor 11, 26).
Nesta Missa, de maneira distinta a todas as demais Eucaristias, não celebramos "diretamente" nem a morte nem a ressurreição de Cristo. Não nos adiantamos à Sexta-feira Santa nem à noite de Páscoa.
Por isso esta Eucaristia deve ser celebrada o mais solenemente possível, porém, nos cantos, na mensagem, nos símbolos, não deve ser nem tão festiva nem tão jubilosamente explosiva como a Noite de Páscoa, noite em que celebramos o desfecho glorioso desta entrega, sem a qual tivesse sido inútil; tivesse sido apenas a entrega de alguém mais que morre pelos pobres e não os liberta. Porém não está repleta da solene e contrita tristeza da Sexta-feira Santa, porque o que nos interessa "sublinhar" neste momento, é que "o Pai entregou o Seu Filho para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna"(Jo 3, 16) e que o Filho entregou-se voluntariamente a nós apesar de que fosse através da morte em uma cruz ignominiosa.
Sexta-feira Santa - Sexta-feira Santa não se celebra a missa em todo o mundo.
São João, teólogo e cronista da Paixão nos leva a contemplar o mistério da cruz de Cristo como uma solene liturgia. Tudo é digno, solene, simbólico em sua narração: cada palavra, cada gesto. A densidade de seu Evangelho agora se faz mais eloqüente. E os títulos de Jesus compõem uma formosa Cristologia. Jesus é Rei. O diz o título da cruz, e o patíbulo é o trono onde ele reina. É a uma só vez, sacerdote e templo, com a túnica sem costura com que os soldados tiram a sorte. É novo Adão junto à Mãe, nova Eva, Filho de Maria e Esposo da Igreja. É o sedento de Deus, o executor do testamento da Escritura. O Doador do Espírito. É o Cordeiro imaculado e imolado, o que não lhe romperam os ossos. É o Exaltado na cruz que tudo o atrai a si, quando os homens voltam a ele o olhar.
A tarde de Sexta-feira Santa apresenta o drama imenso da morte de Cristo no Calvário. A cruz erguida sobre o mundo segue de pé como sinal de salvação e de esperança. Com a Paixão de Jesus segundo o Evangelho de João contemplamos o mistério do Crucificado, com o coração do discípulo Amado, da Mãe, do soldado que lhe traspassou o lado.
Maternidade do coração, que infla com a espada de dor que a fecunda.
A palavra de seu Filho que prolonga sua maternidade até os confins infinitos de todos os homens. Mãe dos discípulos, dos irmãos de seu Filho. A maternidade de Maria tem o mesmo alcance da redenção de Jesus. Maria contempla e vive o mistério com a majestade de uma Esposa, ainda que com a imensa dor de uma Mãe. São João a glorifica com a lembrança dessa maternidade. Último testamento de Jesus. Última dádiva. Segurança de uma presença materna em nossa vida, na de todos. Porque Maria é fiel à palavra: Eis aí o teu filho.
A Celebração
Sexta-feira Santa não se celebra a missa em todo o mundo. O altar é iluminado sem mantel, sem cruz, sem velas nem adornos. Recordamos a morte de Jesus. Os Sacerdotes se prostram no chão frente ao altar no começo da cerimônia. É a imagem da humanidade rebaixada e oprimida, e ao mesmo tempo penitente que implora perdão por seus pecados.
Sexta-feira Santa não se celebra a missa em todo o mundo. O altar é iluminado sem mantel, sem cruz, sem velas nem adornos. Recordamos a morte de Jesus. Os Sacerdotes se prostram no chão frente ao altar no começo da cerimônia. É a imagem da humanidade rebaixada e oprimida, e ao mesmo tempo penitente que implora perdão por seus pecados.
A celebração litúrgica da Sexta-feira Santa começa com um rito de entrada diferente de outros dias: entram em silêncio, sem canto, vestidos de vermelho, a cor dos mártires: de Jesus, enquanto a comunidade se ajoelha, e depois de um espaço de silêncio, reza a oração do dia.o primeiro testemunho do amor do Pai e de todos aqueles que, como ele, deram e continuam dando sua vida para proclamar a libertação que Deus nos oferece.
Isabela Veríssimo
Nenhum comentário:
Postar um comentário