Se
os padrinhos de Batismo não assumem seus compromissos com o afilhado? É preciso
batizar de novo?
No
meu sacerdócio, tenho visto cenas que me encantam. Por exemplo, a alegria dos
pais que trazem com orgulho seus filhos para batizarem. É bonito ver aquele
casal: ela, todo cuidado e ternura, com o seu menino ou menina no colo; ele,
todo orgulhoso, contemplando extasiado aquele presente de Deus. E eles estão
ali, diante de mim, dizendo mais com os olhos e os gestos do que com palavras,
que querem que aquele filho, aquela filha seja filho, filha de Deus pelo
Batismo, filho, filha de Deus na ordem da graça, porque na ordem da natureza
ele, ela já é. Ao lado daquele casal há um outro: marido e mulher ou não. Foram
escolhidos pelos pais como padrinhos daquela criança. E eles têm razão para
estarem orgulhosos. Eles receberam uma prova de apreço, de amizade, de carinho
ao serem convidados para padrinhos. Daqueles pais eles ouviram a proposta:
querem ser pai e mãe na fé do meu filho, da minha filha? Querem ser nossos
"compadres", isto é, pai e mãe conosco? E o Batismo é feito. Os pais assumem o
compromisso de educar na fé o novo cristão, a nova cristã.
Os
padrinhos se comprometem em acompanhar a caminhada na fé do "afilhado ou
afilhada". E lá vão eles embora, comemorar o novo nascimento, o nascimento na fé
daquela criança. E a vida segue seu curso. Há aqueles que jamais se esquecerão
do compromisso assumido. E a criança cresce recebendo lições de fé e amor de
seus pais e padrinhos. Mas, é preciso falar nisso também, há aqueles pais e
padrinhos que deram por encerrada a sua missão. E aquela criança que deveria ser
educada como cristã, acabará por ser educada como pagã. Que pena! Há também
aqueles pais que se esquecem dos compromissos assumidos. Mas os padrinhos, não!
Estes agem como verdadeiros "pais na fé" e ensinam a criança a viver como Jesus
mandou. E há aqueles pais que descobrem com amargura que não escolheram certo
os padrinhos de seus filhos. Não escolheram certo porque os padrinhos não vivem
a fé, não ligam para o afilhado, não são capazes de um gesto de carinho para
aquele, aquela por cuja educação na fé se comprometeram.
Por
causa dessa irresponsabilidade ou dos pais ou dos padrinhos, ou de todos, o
batismo não perde o seu efeito. A semente da fé está plantada definitivamente no
coração daquela criança. E mesmo que tudo possa conspirar contra a germinação, o
crescimento e a frutificação daquela semente, o Pai do céu, o divino agricultor,
pode fazê-la frutificar. Não se angustie, portanto, se seus compadres não ligam
para o afilhado. O Batismo se recebe uma vez só na vida. E ele marca a nossa
alma com um caráter, um selo indelével. A partir dele somos filhos de Deus para
sempre. E aqui vai um conselho: Não é necessário batizar novamente, mas se você
desejar, procure um casal que você quer bem, alguém de fé comprovada, e peça aos
dois que aceitem ser seus compadres de coração, ajudando você e sua esposa a
educarem seu filho na fé. E Deus abençoe você e sua família pela consciência
cristã que estão revelando. Pensemos nisso e fiquemos na paz de Deus.
Pe.
Gelson Luiz Mikuszka, C.Ss.R
Nenhum comentário:
Postar um comentário