quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Padrinhos que não assumem seu papel evangelizador



Se os padrinhos de Batismo não assumem seus compromissos com o afilhado? É preciso batizar de novo?

No meu sacerdócio, tenho visto cenas que me encantam. Por exemplo, a alegria dos pais que trazem com orgulho seus filhos para batizarem. É bonito ver aquele casal: ela, todo cuidado e ternura, com o seu menino ou menina no colo; ele, todo orgulhoso, contemplando extasiado aquele presente de Deus. E eles estão ali, diante de mim, dizendo mais com os olhos e os gestos do que com palavras, que querem que aquele filho, aquela filha seja filho, filha de Deus pelo Batismo, filho, filha de Deus na ordem da graça, porque na ordem da natureza ele, ela já é. Ao lado daquele casal há um outro: marido e mulher ou não. Foram escolhidos pelos pais como padrinhos daquela criança. E eles têm razão para estarem orgulhosos. Eles receberam uma prova de apreço, de amizade, de carinho ao serem convidados para padrinhos. Daqueles pais eles ouviram a proposta: querem ser pai e mãe na fé do meu filho, da minha filha? Querem ser nossos "compadres", isto é, pai e mãe conosco? E o Batismo é feito. Os pais assumem o compromisso de educar na fé o novo cristão, a nova cristã.
Os padrinhos se comprometem em acompanhar a caminhada na fé do "afilhado ou afilhada". E lá vão eles embora, comemorar o novo nascimento, o nascimento na fé daquela criança. E a vida segue seu curso. Há aqueles que jamais se esquecerão do compromisso assumido. E a criança cresce recebendo lições de fé e amor de seus pais e padrinhos. Mas, é preciso falar nisso também, há aqueles pais e padrinhos que deram por encerrada a sua missão. E aquela criança que deveria ser educada como cristã, acabará por ser educada como pagã. Que pena! Há também aqueles pais que se esquecem dos compromissos assumidos. Mas os padrinhos, não! Estes agem como verdadeiros "pais na fé" e ensinam a criança a viver como Jesus mandou. E há aqueles pais que descobrem com amargura que não escolheram certo os padrinhos de seus filhos. Não escolheram certo porque os padrinhos não vivem a fé, não ligam para o afilhado, não são capazes de um gesto de carinho para aquele, aquela por cuja educação na fé se comprometeram.
Por causa dessa irresponsabilidade ou dos pais ou dos padrinhos, ou de todos, o batismo não perde o seu efeito. A semente da fé está plantada definitivamente no coração daquela criança. E mesmo que tudo possa conspirar contra a germinação, o crescimento e a frutificação daquela semente, o Pai do céu, o divino agricultor, pode fazê-la frutificar. Não se angustie, portanto, se seus compadres não ligam para o afilhado. O Batismo se recebe uma vez só na vida. E ele marca a nossa alma com um caráter, um selo indelével. A partir dele somos filhos de Deus para sempre. E aqui vai um conselho: Não é necessário batizar novamente, mas se você desejar, procure um casal que você quer bem, alguém de fé comprovada, e peça aos dois que aceitem ser seus compadres de coração, ajudando você e sua esposa a educarem seu filho na fé. E Deus abençoe você e sua família pela consciência cristã que estão revelando. Pensemos nisso e fiquemos na paz de Deus.
Pe. Gelson Luiz Mikuszka, C.Ss.R

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